sexta-feira, 22 de abril de 2011

Saudade à Augusto dos Anjos

A saudade me devora
Como necrose supurenta
E mesmo a cicatriz de outrora
É um sintoma que a tal aparenta


Se apresenta tal qual implora
Ao verme que experimenta
Meu sangue frio deflora
Parasita de tez sedenta


Carnificina saudosa vanguarda
Que decompõem a epiderme parda
Adiantando meu fim, verdade


Preservai somente, me guarda
Meu espírito no fogo arda
Pois não me resta nem dignidade


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